Esta pesquisa analisa os vazios projetuais conformados a partir de intervenções urbanas promovidas na área urbana central carioca a partir do século XX tendo como base a estrutura teórico-metodológica proposta para os estudos temáticos (Borde, 2006). O principal objetivo deste estudo é a elaboração de um inventário destes vazios urbanos de acordo com as categorias, critérios e elementos identificáveis nas escalas de análise propostas a ser apresentado em documento multimídia. Os vazios projetuais gerados por algumas intervenções do poder público no afã de criar terras públicas em áreas valorizadas e pela aplicação da normativa urbanística, constituem-se, juntamente com os vazios estruturais (obsolescência funcional) e vazios conjunturais, os grandes processos de formação dos vazios urbanos da área urbana central. A permanência e a diversidade das situações de vazio urbano que, muitas vezes, atravessam diversos momentos da historia urbana carioca indicam que, possivelmente, os vazios urbanos teriam deixado de ser elementos transitórios e de conformar situações de excepcionalidade nesse contexto. O vazio urbano seria, assim, um dos elementos morfológicos estruturadores da área central do Rio de Janeiro. Foram identificados quatro grandes conjuntos projetuais, isto é, tecidos urbanos heterogêneos constituídos pelos vazios projetuais e os setores desestabilizados do seu entorno, na área central carioca: a Avenida Presidente Vargas, a Esplanada do Castelo, a Esplanada de Santo Antonio e, em menor intensidade, a área da Cruz Vermelha. O inventário desses conjuntos projetuais podem instrumentalizar políticas públicas, projetos urbanos e arquitetônicos, bem como iniciativas das sociedade civil para a transformação dessas situações de vazios urbanos e a construção de uma cidade mais justa e equânime para os seus cidadãos. Neste sentido, esta pesquisa privilegiara a leitura desses conjuntos projetuais da área central carioca, em seus aspectos morfológicos e quantitativos.

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Financiado pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do RJ .

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